Por Alex10 / Wikpédia – Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, Hiperligação
Sardegna é a segunda maior ilha do Mediterrâneo (atrás da Sicília) e é conhecida por suas paisagens deslumbrantes; de fato, a ilha combina montanhas, praias paradisíacas de águas cristalinas e uma rica herança cultural. Além disso, o estatuto especial de autonomia, semelhante ao do Vêneto, que foi instituído em 1948, está consagrado na constituição italiana e garante, além da autonomia administrativa das instituições locais, a proteção das particularidades linguísticas e culturais.
Geografia de Sardegna
Com mais de 24 000 km² de superfície e uma extensa linha costeira de 1 849 km, a maior parte da costa é alta e rochosa, pois, apresenta troços longos e relativamente direitos, com muitos cabos imponentes, algumas baías largas e profundas, e, além disso, existem numerosas ilhotas e ilhas menores.
O território é predominantemente constituído por montanhas e colinas, sendo que as altitudes geralmente variam entre os 300 e os 1 000 m. Ademais, o maior maciço montanhoso, o Gennargentu, encontra-se na parte centro-oriental da ilha e tem o seu ponto mais alto, que é a Punta La Marmora (1 834 m).
Os principais rios são o Tirso, com 151 km, o Flumendosa, com 127 km, e o Coghinas, com 115 km. Existem pelo menos 54 barragens que são usadas para irrigação agrícola e produção de eletricidade. Dentre essas, as mais importantes são a de Omodeo e de Coghinas. O único lago natural de água doce é o de Baratz, no noroeste, perto de Alghero. Existem várias lagoas de água salgada pouco profundas ao longo da linha costeira.
Geologia de Sardegna
A geologia da Sardenha é marcada por rochas antigas, as mais antigas da Itália, o que resultou em baixa altitude devido à erosão. No nordeste, rochas sedimentares indicam que a região esteve submersa, criando depósitos de carvão explorados atualmente. Também há rochas vulcânicas mais recentes no oeste e sul da ilha. Sardenha e Córsega faziam parte do continente europeu e se separaram no período oligocênico, há cerca de 30 milhões de anos.
História de Sardegna
Período Romano
Os fenícios foram os primeiros a estabelecer entrepostos comerciais nas ilhas, seguidos pelos gregos. Em 535 a.C., os cartagineses, com apoio dos etruscos, conquistaram Alália na Córsega e depois a Sardegna . Apesar de um tratado com Cartago, a República Romana tomou a região durante a Primeira Guerra Púnica. Em 238 a.C., após a derrota, Cartago entregou a área aos romanos, que a transformaram em uma província, permanecendo sob domínio romano por 694 anos.
Embora considerada “trivial” pelos romanos, a Córsega e a Sardegna desempenharam um papel importante no Império. A Sardegna fornecia cereais, enquanto a Córsega era fonte de cera. Os ilhéus contribuíram indiretamente para o fim da República, com líderes como Caio Mário, Sula, e Júlio César utilizando os cereais da região para financiar suas campanhas militares. Otaviano também usou os cereais da Sardegna durante suas lutas contra Bruto e Cássio.
Reforma de Diocleciano
Quando o imperador Diocleciano reformou a administração imperial, a província da Córsega e Sardegna foi subordinada à Diocese da Itália Suburbicária. Em 456, os vândalos conquistaram a Sardegna e governaram por 78 anos, até serem finalmente derrotados pelos bizantinos em 534. Nesse meio tempo de domínio vândalo, a estrutura administrativa romana permaneceu ativa, com um governador chamado praeses. Em 469, Geiserico conquistou a Córsega, que se tornou a principal fornecedora de madeira para a frota pirata vândala nos 65 anos seguintes.
Período Bizantino
Em 530, um golpe de estado em Cartago depôs o rei vândalo Hilderico, substituindo-o por Gelimero, que era ariano. Gelimero enviou Godas para a Sardegna para garantir a lealdade da ilha, mas Godas declarou independência e começou a negociar com o imperador Justiniano, que declarou guerra. Em 533, ao tentar subjugar Godas, Gelimero perdeu seu exército para os bizantinos, liderados por Belisário, que invadiram a África em sua ausência. Como resultado, o Reino Vândalo foi conquistado e a Sardegna retornou ao controle romano.
Os bizantinos governaram a Sardegna por cerca de 300 anos, com uma breve invasão ostrogoda em 551. O fim do controle bizantino é incerto, mas a autoridade de Constantinopla persistiu até cerca de 650. Após a revolta de Gregório, o Patrício, e a primeira invasão omíada no norte da África, a administração bizantina começou a enfraquecer. Em 697, após a queda de Cartago para os árabes, muitos líderes bizantinos se refugiaram em Cagliari.
Os raides mouros e berberes aumentaram a partir de 705, levando a Sardegna a se tornar cada vez mais independente. A comunicação com o governo central tornou-se difícil, e após a conquista muçulmana da Sicília entre 827 e 902, a Sardegna foi mencionada como independente em cartas papais dos séculos IX e X. Em 952, as autoridades bizantinas não listavam mais a Sardegna como uma província imperial, indicando que a ilha já era considerada perdida.
Invasão Árabe e Berbere
A partir do século VIII, árabes e berberes realizaram várias invasões à Sardegna , enfraquecendo a autoridade bizantina e levando o governador a assumir um papel independente. Para melhor defesa, a ilha foi dividida em quatro judicados: Gallura, Logudoro, Arbórea e Caralis. Em 851, esses territórios já eram monarquias independentes, frequentemente dominadas por Génova, Pisa e árabes. Os giudicatis persistiram até o final do século XIII, quando passaram a ser controlados pelas repúblicas marítimas italianas, exceto Arbórea, que permaneceu independente até 1410 e autônoma até 1478, quando foi conquistada pelos catalães do reino de Aragão.
Conquista dos Aragoneses e Catalães
Em 4 de abril de 1297, o papa Bonifácio VIII criou formalmente o Regnum Sardiniae et Corsicae (Reino da Sardegna e Córsega), concedido como feudos ao reino de Aragão. A conquista da Sardegna pelos aragoneses e catalães começou no século XIV e foi concluída em 1409. Eles abandonaram a ilha no início do século XVIII, que passou para o Sacro Império Romano-Germânico. Em 1718, a Sardegna foi entregue à Casa de Saboia, que, a partir de 1720, fez o duque de Saboia rei da Sardegna . O território permaneceu autônomo até 1847. Em 1848, começou a guerra pela independência e unificação italiana, liderada pelo rei do Piemonte-Sardegna , que se tornou o Reino de Itália em 1861.
Cultura de Sardegna
O isolamento da Sardegna criou uma situação especial não apenas do ponto de vista linguístico mas também, de forma mais geral, cultural, ligada em alguns aspectos à Córsega.
As principais línguas faladas na Sardegna são o italiano e o sardo, uma língua inegavelmente românica distinta, mais próxima do latim e com influências de várias línguas, incluindo fenício e etrusco. Embora o sardo esteja em declínio, especialmente entre os jovens de Cagliari, cerca de 85% da população o compreende, e 8 a 9% não fala italiano, embora esse número esteja diminuindo. A maioria dos sardos é bilíngue, usando italiano e pelo menos outra língua, com mais de um milhão de habitantes falando alguma variante do sardo.
No norte da Sardegna , falam-se duas línguas diferentes do sardo, reconhecidas pela UNESCO como aparentadas ao corso: o sassarês e o galurês. O sassarês, ou sassaresu, é falado da área de Sássari até Porto Torres. O galurês, ou gadduresu, é utilizado na região de Gallura e compartilha 80% do vocabulário com a variante corsa de Sartène, com os restantes 20% comuns ao sardo.
Festas em Sardegna
Celebram-se numerosas festas na Sardegna , como o Carnaval e as procissões, de forma peculiar e tradicional. Algumas das festividades mais relevantes são:
- A Sartiglia, Sartilla ou Sartilia — é uma corrida de cavalos de origem espanhola e medieval que se realiza no domingo e na terça-feira de carnaval em Oristano.
- Die de sa Sardigna — o dia da Sardegna , comemora a insurreição de 28 de abril de 1794; foi consagrado feriado regional em 1993.
- Procissão de Santa Maria del Mare — procissão de barcos que tem lugar a 1 de agosto em Bosa.
- Candelieri — procissão realizada a 14 de agosto em Sássari e outras localidades.
- L’Assunta — procissão realizada em Orgosolo
- La Sagra di Sant’Efisio — festa de Santo Efísio, celebra-se a 1 de maio em Cagliari, juntando numerosos participantes em trajes tradicionais.
- La Sagra di San Salvatore — procissão realizada em setembro em Cabras.
- La S’ardia — corrida de cavalos nas ruas da aldeia de Sedilo.
- Festa dos Mamuthones — celebra-se em Mamoiada no carnaval; os mamuthones se mascaram fazendo-os lembrar os caretos do nordeste de Portugal.
- Festa dos Merdules — celebra-se em Ottana no carnaval; os merdules são mascarados que fazem lembrar os caretos do nordeste de Portugal.
- Sagra del Redentore — realiza-se no último domingo de agosto no monte sagrado de Ortobene, perto de Nùoro.
Clima de Sardegna
O clima é mediterrânico, com temperaturas suaves, inclusive no inverno. As primaveras e outonos são quentes, e os verões podem chegar a 45°C favorecendo incêndios, porém a média é de 30ºC em julho e agosto. As temperaturas raramente caem abaixo de 0°C, a temperatura média é de 6ºC em janeiro e fevereiro. O mistral, vento dominante de noroeste, sopra durante quase todo o ano, especialmente no inverno e primavera, sendo frio, seco e refrescante, ideal para a prática de vela.
Economia de Sardegna
A economia da Sardegna é diversificada, porque reflete suas características geográficas e culturais. Aqui estão alguns dos principais aspectos:
- Agricultura: Tradicionalmente, a agricultura tem sido uma parte importante da economia sarda. A ilha é conhecida pela produção de queijo, especialmente o famoso queijo pecorino, além de produtos como azeite de oliva, vinhos e hortaliças.
- Turismo: O turismo é um dos pilares da economia sarda, atraindo visitantes por suas praias, paisagens naturais e patrimônio cultural. Destinos como Costa Esmeralda e Alghero são particularmente populares. O turismo não só contribui diretamente para a economia, mas também gera emprego em setores relacionados, como serviços e comércio.
- Indústria: A indústria sarda inclui setores como têxtil, mineração e fabricação de produtos químicos. A ilha possui recursos minerais, como cobre, zinco e minerais industriais cuja exploração é histórica.
- Pescado: A pesca, tanto comercial quanto artesanal, é uma atividade significativa, com a Sardegna sendo famosa por seus frutos do mar frescos.
- Desafios Econômicos: Apesar de sua diversidade, a Sardegna enfrenta desafios, como a falta de infraestrutura em algumas áreas e a necessidade de modernização em setores tradicionais. Além disso, a juventude muitas vezes emigra em busca de melhores oportunidades de emprego, o que impacta o desenvolvimento econômico local.
- Desenvolvimento Sustentável: Nos últimos anos, houve um crescente foco em práticas de desenvolvimento sustentável e na valorização dos recursos naturais, o que pode contribuir para um crescimento mais equilibrado no futuro.
PIB de Sardegna
Atualmente, o PIB da Sardegna se estima em aproximadamente 37,5 bilhões de euros. Em 2023, a economia da ilha apresentou um crescimento inferior a 1%, que é abaixo da média nacional da Itália, que foi em torno de 1,6%.
Em relação à renda per capita, a Sardegna tem uma média de cerca de 27.588 euros. Esse valor representa uma variação em relação à média italiana, que é de aproximadamente 35.390 euros.
Comparando com a União Europeia, a renda per capita na Sardegna é significativamente menor, considerando que a média da UE está em torno de 40.000 euros.
Assim, a Sardegna apresenta um PIB que equivale a aproximadamente 1,83% do PIB total da Itália, e a renda per capita da Sardegna está abaixo das médias tanto da Itália quanto da União Europeia.
Taxa de Empregos
Atualmente, a taxa de desemprego na Sardegna é de aproximadamente 12,2%, uma leve diminuição em relação a 13% no primeiro trimestre de 2022. Essa queda se impulsionou principalmente pela redução na taxa de desemprego entre as mulheres, que caiu de 16% para 11%. O número total de desempregados também diminuiu, passando de 81,6 mil para 77,4 mil no mesmo período.
Incentivos financeiros para atrair imigrantes
Surpreendentemente Sardegna implementou incentivos financeiros para atrair imigrantes e reverter a despovoação. Em 2021, a região anunciou um programa que oferece até 15 mil euros para novos residentes que decidirem se estabelecer na ilha. Esse valor se destina a ajudar na instalação, cobrindo certamente despesas como aluguel e custos de vida iniciais.
O objetivo principal é incentivar a permanência de pessoas, especialmente jovens, que possam contribuir para a economia local e então ajudar a revitalizar comunidades que enfrentam um declínio populacional. Essa iniciativa é parte de uma estratégia mais ampla com o propósito de tornar a Sardegna um lugar mais atraente para viver e trabalhar.
Arquitetura de Sardegna
A arquitetura da Sardegna é uma expressão rica e diversificada que reflete sua história e cultura. Um dos aspectos mais notáveis é a presença das estruturas pré-históricas conhecidas como nuragas, que datam entre 1800 e 500 a.C. Essas torres de pedra de grandes blocos de granito, serviam, principalmente, tanto para defesa quanto como residências e centros comunitários, sendo que o complexo de Su Nuraxi em Barumini é um dos exemplos mais famosos, considerado como Patrimônio Mundial da UNESCO.
Durante a Idade Média, várias culturas influenciaram a Sardenha; como resultado em um estilo gótico visível em cidades como Cagliari e Sassari, onde igrejas e edifícios mostram arcos pontudos e detalhes ornamentais. |Em seguida, o período barroco também deixou sua marca na arquitetura da ilha, com igrejas e palácios construídos entre os séculos XVII e XVIII. Por exemplo, a Igreja de San Michele em Cagliari exibe a opulência e os detalhes típicos desse estilo.
Nas áreas rurais, as pessoas constroem as casas tradicionais conhecidas como “stazzi” com pedra, utilizando, por exemplo, telhados de palha ou telhas de cerâmica, refletindo o estilo de vida pastoral da região. Contudo, nos últimos anos, a Sardegna tem visto o surgimento de edifícios modernos e projetos de urbanização que buscam equilibrar a modernidade com a preservação do patrimônio cultural. Por fim, os resorts de luxo na Costa Esmeralda mesclam design contemporâneo com elementos tradicionais.
Além disso, a arquitetura da Sardegna exibe uma forte influência mediterrânea, utilizando materiais locais e integrando-se harmoniosamente ao ambiente natural, com varandas, pátios e espaços ao ar livre que aproveitam o clima ameno da ilha. Essa diversidade arquitetônica é um testemunho da rica herança cultural e das influências que moldaram a Sardegna ao longo dos séculos.
Transporte em Sardegna
A infraestrutura de transporte de Sardegna se desenvolveu bem, porém, na ilha ainda há desafios por conta de suas montanhas e costas recortadas. Abaixo estão alguns dos principais modos de transporte disponíveis:
Sardegna conta com uma rede rodoviária extensa, com estradas que conectam cidades, vilarejos, assim como às praias. As principais cidades, como Cagliari, Sassari, Olbia e Alghero, estão bem interligadas. Embora algumas estradas possam ser estreitas e sinuosas, o transporte rodoviário é a principal forma de locomoção na ilha, tanto para residentes quanto para turistas.
Principalmente por meio de ônibus, a empresa ARST (Azienda Regionale Sarda Trasporti) realiza o transporte público na Sardenha. Os ônibus conectam as principais cidades e vilarejos, embora em áreas rurais haja limitações nas frequências. Em Cagliari, o sistema de ônibus urbano é mais eficiente e cobre várias áreas da cidade.
Sardegna possui também algumas linhas ferroviárias, operadas pela Trenitalia, que conectam cidades como Cagliari e Sassari. No entanto, a rede ferroviária é menos extensa do que a rodoviária, com isso o atendimento em áreas rurais se limita. As linhas de trem costumam ser uma opção tranquila para viagens entre as principais cidades.
Transporte Aéreo
Sardegna possui três principais aeroportos: Cagliari-Elmas, Olbia-Costa Esmeralda e Alghero-Fertilia. O de Cagliari, localizado a 7 km do centro da cidade, é o maior e mais movimentado, atendendo, assim, a voos nacionais e internacionais. O Aeroporto de Olbia, por sua vez, é crucial para o turismo, especialmente na Costa Esmeralda, oferecendo conexões durante a alta temporada. Analogamente, o Aeroporto de Alghero, situado no noroeste, também serve voos domésticos e internacionais, atraindo turistas para a região. Por fim, todos os aeroportos têm boas instalações e estão conectados por serviços de transporte terrestre, facilitando, dessa forma, o acesso às diversas regiões da ilha.
Universidades em Sardegna
A saber, existem duas universidades na Sardenha: uma em Cagliari e outra em Sássari. Primeiramente, fundada em 1607, a Universidade de Cagliari possui cerca de 36.000 alunos matriculados. Além do mais, a instituição oferece uma ampla gama de programas de graduação e pós-graduação, abrangendo diversas áreas do conhecimento, incluindo ciências, medicina, engenharia e ciências sociais. Por outro lado, fundada em 1562, a Universidade de Sássari é especialmente conhecida por seus cursos de direito e possui cerca de 13.000 estudantes matriculados. Essa instituição, por sua vez, oferece uma ampla gama de cursos nas áreas de ciências humanas, sociais, saúde e agricultura.
Gastronomia de Sardegna
A cozinha da Sardegna evoluiu de forma peculiar e ainda conserva muitas das suas características antigas. Alguns pratos típicos são:
- Culingiones — Uma versão local de ravioli sem carne. O recheio é uma mistura harmoniosa de acelgas, queijo de ovelha Pecorino sardo, noz-moscada e açafrão. Por vezes acompanha-se com molho de tomate e carne picada.
- Culurzones — Outra espécie de ravioli recheados com uma mistura de batata, cebola, sêmola e noz-moscada.
- Malloreddus (ou gnocchetti sardi) — Variante sarda dos gnocchi ou nhoquess, uma massa de farinha de sêmola, em forma de pequenas conchas de cerca de 2 cm. Em sardo campidanês, falado na Sardegna meridional e centro-meridional, malloreddu é um diminutivo de malloru (touro), pelo que malloreddu significa vitelinhos, porque a sua forma fazia lembrar aqueles animais às populações agro-pastoris.
- Pillus — outra espécie de massa.
- Porceddu (ou maialetto ou porchetto) — Leitão (porco muito jovem, até 5 kg de peso) assado no forno em covas feitas cheias de brasas e cobertas com terra. As pessoas temperam a carne com sal, pimenta, louro, muito alho e murta, podendo também demolhá-la em filu’e ferru, uma aguardente local.
- Pane carasau (ou carasatu, carasadu, anche pane ‘e fresa ou carta música) — Tipo de pão em forma de disco de massa crocante (o ruído produzido ao mastigá-lo está na origem do nome carta música).
Queijos
O queijo mais conhecido de sardegna é o pecorino sardo, célebre no mundo inteiro e classificado como “Denominação de Origem Controlada”.
Os produtores fazem o queijo com leite de ovelha (pecora significa ovelha em italiano) de raça autóctone que se alimenta principalmente nas pastagens naturais da ilha. As pessoas comercializam o produto em duas versões: a de meia-cura, jovem, mais adocicada e mole, e a madura, que tem uma maturação mínima de dois meses, sendo mais dura e de gosto mais forte e picante.
A produção de queijos também varia, como o flor sarda, o canestrati, os caprini (estes últimos de cabra) e ainda o peculiar casu marzu, também chamado de casu modde, casu cundhídu ou, em italiano, formaggio marcio. O casu marzu deriva do pecorino sardo e caracteriza-se pela presença de larvas vivas de mosca-do-queijo, as quais também contribuem para a fermentação.
Obs. Devido aos diversos problemas que o queijo casu marzu pode trazer à saúde dos consumidores, a comercialização deste queijo está proibida na Itália. Segundo a tradição sarda, este queijo só é tóxico se as larvas estiverem mortas.
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