Marselha é a segunda maior cidade da França e a mais antiga, está localizada na Provença, na costa do Mediterrâneo. É também o maior porto comercial do país e a terceira região metropolitana mais populosa, depois de Paris e Lyon. Fundada pelos gregos no século VII a.C., passou ao domínio romano em 49 a.C.
Achados arqueológicos indicam a presença contínua de humanos em Marselha desde a pré-história, devido as pinturas rupestres paleolíticas na caverna de Cosquer que datam de 27.000 a 19.000 a.C.
História de Marselha
A cidade de Marselha foi fundada em 600 a.C. pelos gregos de Foceia, cidade esta que ficava na península de Anatólia, como um porto comercial sob o nome de Μασσαλία (Massália).
Massália evoluiu para uma importante pólis grega, tornando-se, posteriormente, um porto de destaque na Europa Ocidental. Em seguida, aliou-se à República Romana para se proteger contra etruscos, celtas e cartagineses.
A aliança com Roma fez Massália prosperar como um ponto estratégico de comércio entre Roma e os povos da Gália, facilitando assim o intercâmbio de bens, escravos e vinho, cuja produção em Marselha data do século IV a.C.
Segundo a tradição católica, Maria Madalena juntamente com Lázaro de Betânia difundiram o cristianismo na Provença a partir de Massilia, com Lázaro sendo apontado como o primeiro bispo de Marselha. Como resultado desse período, resta o epitáfio dos mártires Volusiano e Fortunato, a inscrição cristã mais antiga conhecida.
Idade Média: cidade da Provença
Após o colapso do Império Romano no século V, Marselha foi governada pelos visigodos e logo depois pelos ostrogodos, antes de ser ocupada pelos francos. Em 1348, a cidade, por ser um porto, foi um dos focos da peste negra na Europa, resultando surpreendentemente na morte de cerca de 15.000 de seus 25.000 habitantes.
Séculos XVIII e XIX
No século XVIII, a defesa do porto de Marselha foi aprimorada, tornando-se o principal porto militar francês no Mediterrâneo. A cidade também apoiou com entusiasmo a Revolução Francesa, onde 500 voluntários marcharam para Paris em 1792 e, ao mesmo tempo, cantaram a canção que se tornou o hino nacional francês, La Marseillaise.
No século XIX, Marselha experimentou inovações industriais e crescimento econômico, impulsionado pelo império francês e pelas conquistas da França, principalmente na Argélia. A prosperidade da cidade aumentou com o estímulo ao comércio marítimo, bem como a abertura do Canal de Suez em 1869.
Século XX
Durante a Segunda Guerra Mundial, Marselha foi bombardeada pela Alemanha e Itália em 1940 e ocupada pelos alemães de novembro de 1942 a agosto de 1944. Após a guerra, Alemanha Oriental, Alemanha Ocidental e Itália pagaram grandes reparações para indenizar vítimas e finalmente reconstruir a cidade.
A partir da década de 1950, Marselha recebeu mais de um milhão de imigrantes, incluindo cerca de 150.000 Pieds-Noirs após a independência da Argélia em 1962. Nesse meio tempo, apesar da crise econômica, muitos imigrantes contribuíram para o crescimento econômico da cidade.
Geografia
Marselha está situada em um território que forma um anfiteatro natural, limitado pelo mar a oeste, calanques e o Maciço de Marseilleveyre ao sul, a Costa Azul e a vila de l’Estaque ao norte, e os maciços de l’Étoile e Garlaban a nordeste. A cidade se estende por 57 km² ao longo do Mediterrâneo.
Quase metade da superfície de Marselha é natural e não urbanizável, com efeito, isso faz dela a quinta maior comuna da França metropolitana. Sua densidade demográfica é de 3.542 hab./km², inferior à de cidades altamente urbanizadas como Lyon (9.867 hab./km²) e Paris (20.807 hab./km²), mas próxima à de Toulouse (3.715 hab./km²).
Clíma de Marselha
Marselha tem um clima mediterrâneo com verões quentes e secos e invernos amenos e úmidos. A cidade tem 300 dias de sol por ano com o vento norte Mistral. A saber, a cidade é uma das mais ensolaradas da França.
- Verão: Máxima 29º
- Outono: Máxima 17,9º
- Inverno: Máxima 10,8º
- Primavera: Máxima 24º
Demografia de Marselha
A maioria dos habitantes de Marselha descende de imigrantes que chegaram ao porto do início do século XIX até a metade do século XX, incluindo italianos, espanhóis, armênios, gregos, russos e judeus, com uma presença significativa de árabes, comorianos e norte-africanos. Cerca de 25% da população é de origem norte-africana, principalmente argelinos e marroquinos.
Economia de Marselha
Historicamente, a economia de Marselha era centrada no papel do porto como conexão entre as colônias africanas e a França. O antigo porto foi substituído pelo Porto de la Joliette durante o Segundo Império e, atualmente, é usado principalmente como marina privada, com restaurantes, escritórios, bares e hotéis.
A pesca, no entanto, continua a ser importante em Marselha, a economia alimentar da cidade é ainda dominada pela captura local, e um mercado de peixe funciona diariamente no Quai des Belges do antigo porto.
Atualmente o novo porto lidera a economia de Marselha, o mais importante da França e um dos principais no Mediterrâneo, que movimenta 100 milhões de toneladas de carga por ano, com 60% sendo petróleo. No entanto, o crescimento do tráfego de contêineres enfrenta desafios devido a greves e agitações sociais frequentes.
As principais indústrias de Marselha incluem refino de petróleo e construção naval, além de sabão, vidro, produtos químicos, construção civil, plásticos, têxteis, azeite, bem como processamento de alimentos. Marselha serve como um ponto de entrada e distribuição do petróleo, sendo redistribuído através de uma rede de oleodutos para diferentes regiões, incluindo o norte da França. Portanto, Marselha é o principal centro de refinamento de petróleo da França.
Transporte de Marselha
Marselha é um grande centro francês para o comércio e a indústria, com excelente infraestrutura de transportes (estradas, portos marítimos e aeroportos). O Aeroporto de Marseille-Provence é o quarto maior da França, sendo ponto principal de chegada de milhões de turistas a cada ano, e além disso, serve a uma comunidade de negócios em crescimento.
Cultura de Marselha
Marselha é por analogia conhecida como a cidade da arte e da história sendo eleita a Capital Europeia da Cultura em 2013. O hino nacional francês, La Marseillaise, tem esse nome devido às tropas revolucionárias da cidade.
- Influências Multiculturais: Marselha é um caldeirão de culturas devido à sua posição como um importante porto. A cidade tem uma grande população de origem africana, árabe e outros grupos, o que influencia sua comida, música e festas.
- Música e Arte: Marselha tem uma cena musical animada que vai desde a música tradicional provençal até o rap e o hip-hop. O estilo de vida artístico é sem dúvida reforçado por uma série de galerias e centros culturais, como o MUCEM (Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo) e o Palais des Congrès.
- Festivais e Eventos: A cidade é conhecida por suas festas e eventos, incluindo o festival de música Marsatac e o Festival de Dança de Marselha. Essas celebrações refletem a diversidade e a energia da cidade.
Culinária de Marselha
Pastis (bebida alcoólica à base de especiarias e anis), aïoli (molho à base de alho e azeite de oliva), tapenade (creme à base de anchovas, azeitonas, alcaparras e alho), bouillabaisse (prato à base de peixes de rocha, temperos e legumes), panisse (galette de farinha de grão-de-bico), navette (biscoito pequeno muito duro e aromatizado com flor de laranjeira na forma de pequeno barco).
Arquitetura
A arquitetura de Marselha é uma mistura de estilos históricos e modernos. Além dos edifícios antigos, a cidade tem uma série de obras arquitetônicas contemporâneas, como por exemplo a Cité Radieuse de Le Corbusier.
Marselha Também possui numerosos monumentos católicos, sendo o mais famoso a Basílica de Nossa Senhora da Guarda, na qual Jacques Henri Esperandieu a projetou e Antoine Henri Revoil a concluiu entre 1855 e 1870, onde a estátua de cobre dourado da “boa mãe”, criada pelo escultor Eugène-Louis Lequesne, lhe dá um certamente belo destaque, com 53 metros de altura. Localiza-se no topo de uma colina de 162 metros, oferecendo uma vista panorâmica do porto antigo e da cidade.
Pontos Turísticos de Marselha
Panier, o bairro na qual Marseille foi fundada. Ruas pequenas e estreitas, com cafés locais. Fica próximo ao Vieux Port.
- O Velho Porto, ou Vieux Port
- Basílica de Nossa Senhora da Guarda
- Castelo de If (ou Château d’If), uma antiga prisão situada numa ilha costeira à cidade, onde o Conde de Monte Cristo foi encarcerado, no romance de Alexandre Dumas
- A Unidade de Habitação de Marselha (Cité Radieuse), construída pelo arquiteto suíço Le Corbusier
- As Calanques
- Cours Julien, bairro tido como o local de encontro da cultura alternativa marseillaise
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